Destinado a moradores de São Roque maiores de 18 anos as narrativas selecionadas concorrerão a prêmios de até R$ 1.500,00 e terão os seus textos transformados em livros e e-books. O concurso é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc através do Ministério do Turismo, apoio da Secretaria Especial de Cultura e Prefeitura de São Roque por meio da sua Divisçao de Cultura. As inscrições terminam no dia 21 de Fevereiro. A organizadora do concurso e produtora literária, Suria Scapin, reflete como a pandemia do coronavírus tem transformando a vida das pessoas em todo o mundo. https://youtu.be/xSttCBdLjhU
“É uma situação que provoca medos, inseguranças, esperanças e criatividade para superar uma adversidade que tem levado o ser humano ao limite da compreensão de sua própria existência. Por isto, pensamos em também não esquecer da importância dos jovens manterem o interesse pela leitura, estimuladas pelos seus pais. Esse envolvimento é fundamental em um momento único como este”.
A pandemia do coronavírus e agora a variante da covid-19, a Sars-Cov-2 somada a uma segunda e terceira onda da doença em muitas regiões do mundo e do próprio Brasil, parecem mostrar que, enquanto a sua transmissibilidade não for interrompida com vacinas, no qual cientistas correm contra o tempo, todos sem exceção ainda precisam não subestimar o risco de contágio, protegendo-se com máscara, álcool em gel e distanciamento social.
Autoconhecimento
Além de Scapin integram o comitê de jurados do concurso Aloma Carvalho e Carla Chaubet que terão a missão de ler os contos, analisando como cada inscrito desenvolveu a sua ideia, tendo como tema central a própria experiência e percepção dos efeitos da pandemia em sua vida. “É importante que também não adotemos a postura de não reconhecer o problema ou poupar a criança do que representa a pandemia, até porque todos foram afetados em menor ou maior grau. O que devemos levar em consideração é que podemos aproveitar esse cenário, ensinar o adolescente, a criança de como eles podem superar obstáculos na vida, a lidar com as frustrações, contratempos e limitações que o isolamento social provoca”, reforça Scapin.

Por Trás da Janela
Na avaliação da produtora literária quando somos apresentados a um novo padrão comportamental que restringe o seu ir e vir, refletido na suspensão de aulas e, até mesmo, o que pode acontecer com o seu futuro diante uma doença misteriosa o “enxergar a si mesmo” é um dos seus efeitos. “A forma como esse jovem ou a criança compreendem e reagem ao mundo ao seu redor, determina o seu próprio amadurecimento como indivíduo”, destaca ela.
“Começamos a receber muitas inscrições após a divulgação do concurso, mostrando que a população de São Roque, e até mesmo os pais, entenderam o quanto é importante também colocar para fora uma série de sentimentos que, se internalizados da melhor forma possível, e a literatura por meio do conto pode fazer isso, o mundo não se torna tão agressivo como podemos imaginar. E, com isto temos a família envolvida em um processo de auto-conhecimento, reflexão, aprendizagem e mensagem que passam a ser transmitido à comunidade da qual ela faz parte”.

O nome do concurso ‘Por Trás da Janela’ não deixa de representar uma metáfora em alusão às milhares de pessoas no mundo, Brasil e em São Roque que, de uma hora para outra, se viram restritas ao ambiente familiar, como se “presos” em sua própria casa após as autoridades epidemiológicas estabelecerem quais seriam as regras de prevenção ao covid-19: quarentena para quem contraiu a doença, isolamento social e fim de aglomerações públicas em eventos, bares, restaurantes, cinemas, como uma cena de um filme de ficção científica, mas algo muito concreto e real. Homens trajando vestimentas fechadas na cor branca, máscaras e nebulizadores sendo dispersos em praças públicas, ruas e avenidas vieram mostrar que o mundo não seria mais o mesmo. “As pessoas continuam com os seus sonhos, as suas metas que foram interrompidas. Elas querem simplesmente viver e prosseguir de onde pararam”, finaliza Suria Scapin.
Deixe uma Resposta